Page 43 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)

A loja à qual o senhor se refere é a Nações Unidas, não é mesmo? O senhor passou a
trabalhar nas Nações Unidas.
Nas Nações Unidas. E sempre na direção do Valdecy, sempre foi ouvindo o que ele
traçava e determinava. É por isso que deu muito certo, porque eram muitos irmãos,
muita gente, mas, para a nossa sorte todos o ouviam. Porque numa casa que dois ou
mais mandam, não tem um líder, é muito difícil de sobreviver. Tem que ter um líder,

nem que defina errado e depois conserte, mas tem que definir. Não pode é ficar na
inércia, não pode ficar sem ninguém resolver.

Tem que saber para onde ir.
Pode seguir um rumo errado e depois se observar e consertar. Mas isso sempre foi
feito. Houve muito mais acerto do que erro. Não se pode dizer que não houve erro,
está entendendo? Mas a gente sempre acolhia o erro mais do que o acerto. Quando
um errava, a gente sempre acalmava o que errava e dizia: “Não se preocupe, porque foi

feito com o sentido de acertar”. Agora, quando, em uma sociedade, em um trabalho, a
pessoa erra, tem muita gente para dizer que você está errado, não orienta como deveria
ser certo, aí é muito difícil. Bom é quando a pessoa erra, para pra pensar, ouve e “vamos

consertar o que estava errado porque o que você fez foi com boa intenção”. Errou com
boa intenção. Agora, precisa ter boa intenção, também, daqueles que assistiram ao erro
para ajudar consertar o erro, e o outro, também, entender que errou. E assim foi feito.
Esse ambiente de liderança foi muito forte. Ele liderou com muita sabedoria e foi o que
deu certo até hoje.

Isso já cria uma postura significativa no trabalho. Agora, perante o público, o que a

Nações Unidas tinha na época de diferencial?
De diferencial: a união da família que trabalhava no silêncio, com muita simplicidade,
sem nenhuma ostentação, com muita economia, pois tudo era o começo. Então, naquela
época, trabalhavam os filhos todos ajudando, não existia despesa, e de onde se coloca
e não tira não tem perigo para o sucesso não vir. Então, foi o que aconteceu. Resultado
do trabalho, da união e dedicação. Trabalho, trabalho e trabalho e organização familiar.

É muito difícil quando não há compreensão familiar, porque, eu sempre tenho dito,
não existe nenhuma fortuna que resista a um desentendimento de uma família. E isso

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