Page 114 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)
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Aproveitando essa questão do trabalho – sobretudo neste período das filmagens em
                               que acompanho o senhor com maior frequência – é notório como os funcionários têm
                               um grande carinho pelo senhor. Ao mesmo tempo, observo o grande carinho que o
                               senhor tem por eles. O mesmo ocorre com a sua família. No caso da realização desse

                               filme, temos dois aspectos muitos interessantes: Primeiro, todo o elenco de figuração
                               o senhor pediu que fossem funcionários; Segundo, no caso do elenco de frente, o
                               senhor direcionou para ser representado por membros da família. Qual a motivação
                               em particular para essas escolhas nas dramatizações do filme?
                               Olha, uma coisa que você se sente bem é estar com pessoas que você gosta. Você não

                               faz nada bem feito se tiver no meio alguém que não gosta de você, ou que você não
                               gosta dele. Você falou que no elenco de frente foi a família. Mas toda hora foi a família.
                               Eu considero que os verdadeiros amigos é a família mesmo, entendeu? Mas nós temos
                               funcionários de uma valia tão grande, são tão importantes... eu, pelo menos, tenho
                               muitas pessoas que eu quero muito bem tanto quanto os filhos. São pessoas que falam

                               e vivem o mesmo pensamento da gente. Ou mais ainda. Pessoas que sentem mais, às
                               vezes, na dificuldade, na dor. Se a gente está doente, ele já está sentindo a dor e... então,
                               são pessoas, são funcionários maravilhosos que se misturam com a família. Eu não sei

                               conviver em um ambiente que a gente não gosta, entendeu? E os funcionários, para
                               mim, são os principais. Porque eu conheço no dia a dia. Não existe fantasia. Existe só
                               realidade. A gente sente que aquela discórdia de uma pessoa em determinada hora... a
                               gente está sabendo que é para o bem. É como a família mesmo. Então, para mim, eu só
                               penso mesmo no pessoal que trabalha com a gente, os funcionários. É estar com eles,

                               é ir à festa com eles, é viver ao lado deles. E como eu falei, na hora que a gente precisa,
                               que está doente – eu citei a doença porque na hora que a gente está doente é quando a
                               gente mais precisa – eles estão sentido e nós também. E quando eles estão precisando,

                               na hora da dificuldade, é a hora de estar com eles. Na hora de precisar, é aí que a gente
                               vê a grandeza mesmo. A gente vê nos olhos da pessoa a bondade, o espírito de bondade
                               da pessoa. E eu tenho certeza da sinceridade das pessoas. Tem muita gente boa. Nós
                               vivemos em um ambiente maravilhoso. Vivemos em um ambiente cercado por gente
                               boa. E a gente vive feliz.












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