Page 92 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)
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visitas aos locais reais, às viagens que fizemos a Cajazeiras, Uiraúna, Bacabal etc, como
suas representações construídas aqui, na cidade cenográfica. Hoje mesmo gravamos
uma das cenas. Gostaria de saber como foi essa experiência de voltar ao passado, de
reconstruir sua memória partindo dessas visitas e, sobretudo, das pessoas que o senhor
lembrava ter encontrado no caminho.
A gente pensa que está preparado, mesmo, para tudo, mas eu vi que, quando hoje eu
cheguei lá na mercearia “Guanabara do Sertão”... até aí foi tudo bem. Mas quando eu
cheguei na casa vizinha, na Dona Regina, relembrando aquela mulher tão boa. Eu
acredito que ela foi uma das pessoas que ajudou sem fazer muita coisa. O tratamento
como vizinha ali, entendeu? Uma pessoa que eu tinha muito contato. E primeiro eu
vendo a pessoa dela, a Dona Regina, uma mulher extraordinária. Uma mulher simples,
uma mulher trabalhadora, uma mulher que fez tudo para o bem-estar da família e
deu tudo certo. E foi aquela pessoa muito forte na minha vida, como exemplo de
pessoa. Aparentemente, a pessoa não tem muito o que oferecer, mas tem a presença, a
palavra, o convívio, o tratamento. Então, a Dona Regina estava sempre lá na mercearia
fazendo pequenas compras e, ao mesmo tempo, levando, muitas vezes, um cafezinho.
Um cafezinho não esperado, não é? Sempre surpresa. Uma surpresa muito agradável.
Primeiro a presença dela e segundo, a presença com o café. Cada vez que ela ia era um
momento feliz. Então, quando eu cheguei ali, naquela hora, que você está perguntando
como é que a gente sente. Então, eu tive muita emoção. Foram duas emoções: uma com
Dona Regina, outra quando eu vi ali o curral do gado...
O curral na casa de seus pais, Seu Joca e D. Francisquinha...
Cuidava do gado e tal...
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