Page 25 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)
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Entrevista I























                                                          DOUGLAS MACHADO Como foi o início do comércio na família Claudino? Como tudo
                                                          começou?
                                                          JOÃO CLAUDINO Para contar a história, como você pergunta do início, nós temos
                                                          que voltar um pouco mais, não é? Nós temos que rememorar o início da luta de meu pai
                                                          (João Claudino Sobrinho) para que chegasse a esse início que nós vamos falar. Iniciamos

                                                          uma luta... que, para nós, se era difícil, não sei, pois, quando se luta com vontade de
                                                          vencer, não parece ser uma luta difícil. Era uma família muito grande, entendeu? Meu
                                                          pai era um exemplo de homem que juntava todas as qualidades: homem trabalhador,
                                                          dedicado,  sério,  honesto  e  um  bom  orientador  da  família.  Éramos  dezessete  filhos,

                                                          sobreviveram dezesseis, hoje são quatorze. E naquela época – que é diferente de hoje –
                                                          os pais tinham um domínio natural, uma força... A educação era diferente, a cultura era
                                                          outra. E nós somos daquele tempo de obediência aos pais, de trabalhar, fazer o que eles
                                                          determinavam e assim foi criada a família. Todos trabalhando, todos dedicados, todos

                                                          estudando. Então, com essa união, com essa forma de ser da família, fomos crescendo,
                                                          aprendendo a ler, a trabalhar, a fazer algo na vida e naturalmente acompanhando o meu
                                                          pai e a minha mãe (Francisca Fernandes Moreira Claudino) naquilo que eles faziam e
                                                          determinavam. Meu pai era sócio do meu avô. Homem digno, homem maravilhoso:

                                                          Antônio Adelino. Ele não tinha habilidade como comerciante. Era um homem muito







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