Page 50 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)
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foi feita uma viagem muito boa. Walmir Costa era muito ativo, fez uma apresentação

                               muito boa. Em cada cidade ele já conhecia quem era quem. Começou em Palmeirinhas
                               e,  quando  chegamos  em  Lavras  da  Mangabeira,  ele  disse:  “Aqui, tem  um  grande
                               comerciante: Vicente Favela de Macêdo”. Aí chegamos cedo e fomos até a casa dele,
                               conversamos muito, uma conversa agradável e começamos a falar em negócios. Voltei

                               a Lavras, e nessas idas e voltas constantes eu conheci Socorro (filha do Sr. Vicente). E,
                               para não ficar definitivamente em Lavras, casamos em 1961 e já trouxe a moça de lá
                               para Cajazeiras e depois para Teresina.



                               E D. Socorro já tinha formação, já tinha um cartório, não é mesmo?
                               Sim, sim, ela tinha terminado os estudos, fez o concurso para tabeliã e passou. Assumiu
                               o cartório e conduziu os trabalhos com muita segurança.



                               E era muito nova, também!
                               Muito nova, naquele tempo! E depois, quando casamos, passou o cartório para o irmão,
                               Edilberto (Macêdo) que depois passou para uma prima. Mas ela fez um trabalho muito
                               bom, com muita segurança, mesmo jovem. Era uma pessoa competente e demonstrou,

                               durante a sua vida, competência em tudo que ia fazer e no que fez.


                               Em 1958, é de conhecimento geral – mesmo para quem não sabe da história do Armazém

                               Paraíba – que houve uma grande seca no Nordeste. O senhor poderia dividir conosco
                               como essa seca atingiu uma cidade como Cajazeiras e o comércio dessa região?
                               Era diferente, naquela época, a seca. Hoje, as secas são contornadas mais facilmente
                               com a distribuição de renda, que foi feita sabiamente pelo Governo, a Bolsa-Família etc,
                               dando tranquilidade àqueles que mais precisam. Naquela época, quando chegava uma

                               seca, era um Deus nos acuda porque todo mundo vivia da agricultura. Hoje, aquela
                               agricultura já quase não existe, é uma utopia, não existe mais a agricultura familiar. E
                               naquele tempo existia, no Nordeste, principalmente, uma atividade muito forte, que
                               era a produção de algodão. Você plantava e colhia o produto, o milho, o feijão e ainda

                               beneficiava o algodão. E no beneficiar do algodão produzia, também, a pastagem para
                               o gado, entendeu? Depois de colher o algodão, ficavam os subprodutos do algodão,
                               a folhagem e a parte do algodão que servia de alimento para o gado. Então, existia a







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