Page 63 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)
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fortes. Muito fortes mesmo. Como teve a propaganda do papagaio. Eu anunciei uma
propaganda de quem trouxesse um papagaio que falasse “Armazém Paraíba” ele recebia
um presente, assim como um carro. E teve uma noite que vieram 72 papagaios. Mas
à noite papagaio não fala. Isso foi uma luta muito grande. Pessoas que preparavam
papagaios, vindos de longe para a apresentação e para tentar conseguir esse prêmio.
Mas, se isso era uma estupidez, não sei se era, só sei que foi uma propaganda muito
forte.
Eram outros tempos...
Naquela época, não existiam muitos meios de comunicação, era tudo diferente. Agora,
tinha muitos artistas populares que lançavam o seu Compacto 78 (78 rotações) e
naturalmente precisavam ser divulgados. E nós fazíamos um trabalho que chamava
atenção, e os artistas passaram a dar preferência, vir fazer o lançamento na região.
Eles vinham já atraídos pelo trabalho que a gente fazia de preparação. Nós trouxemos
muitos artistas, como Nelson Gonçalves, Ângela Maria... Deixa eu ver... um dia desses
eu estive contando, foram uns 83 artistas que trouxemos... Luiz Gonzaga...
...Reginaldo Rossi?
Reginaldo Rossi naquela época não estava. Foi depois. Trouxemos Orlando Dias, João
Dias e tal... muita gente!... Jerry Adriani. Foi na época exatamente em que Roberto
Carlos estava iniciando, não é? Roberto estava mandando “todo mundo para o inferno”,
entendeu? (RISOS) Hoje, não! Agora ele já está em Jesus Cristo, não é? Naquela época
não teve aquela música dele que “todo mundo vá para o inferno”?
Sim. Depois ficou dizendo a Jesus Cristo que estava aqui.
Jesus Cristo e depois Nossa Senhora.
As propagandas do Armazém Paraíba pintadas em muros começaram nesta época?
Uma ideia simples, mas que marcou a imagem do Paraíba.
Tudo aquilo era propaganda simples. A gente divulgava mesmo. Nós tínhamos uma
pessoa, José Passos, um pintor, que ficava só procurando muros para pintar. Muita gente
até achava bonito botar o Paraíba no seu muro, outros já exigiam que a gente pintasse.
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