Page 76 - JOÃO (Entrevistado por Douglas Machado)
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dentro de poucos dias, a gente já está em família. Participando da vida desse povo e se
tornando mais um das famílias desse estado. Então, não foi uma coisa difícil. Naquela
época, também, era diferente. Mas, hoje, também pode vir com esse mesmo pensamento
e ele pode se entrosar também. Então, começamos a morar ali na Miguel Rosa, depois
mudamos, até construir a residência definitiva, em 1975, onde estou até hoje. Quando
nós viemos, tínhamos três filhos, João Vicente (de Macêdo Claudino), Cláudia (Maria
de Macêdo Claudino) e o João Júnior (João Claudino Fernandes Júnior), ainda nos
cueiros.
E os três primeiros nasceram em Cajazeiras...
Nasceram em Cajazeiras. Aqui em Teresina, nasceram Alayde (Christine de Macêdo
Claudino Dantas) e João Marcello (de Macêdo Claudino). Um dos grandes amigos
que nós conhecemos inicialmente foi Elicio Terto, um amigo maravilhoso, um homem
de bem, um homem que vale a pena a gente relembrar. Depois foi estendendo essas
amizades: Milton Castelo Branco, Audir Lages, Joaquim Fortes, entendeu? E, daí por
diante, não faltaram mais amigos bons, e conservamos até hoje. Até o que faleceu, como
Sr. Elicio, a gente não esquece a memória dele. Um homem de muito valor, e deixou
uma família muito bonita, que a gente tem uma verdadeira admiração.
O senhor ouve mais do que fala, Seu João. Pergunta bastante, também, mas, antes de
tudo, é um homem que sabe ouvir. Qual a importância de saber ouvir?
Uma das coisas principais da vida é a gente ouvir. Existe o termo “sábio”, não existe
ninguém que sabe de tudo e que não seja capaz de aprender, e também outros que não
tenham nada a ensinar. Às vezes, a gente aprende com a pessoa até sem ela falar, as
ações, os gestos, o seu comportamento, o seu ser, a sua forma de ser, a gente aprende.
Então, não precisa nem falar, só as ações já são lições fortíssimas, e se precisa falar
alguma coisa, que ouçam. Eu gosto muito de ouvir, acho que é bom ouvir.
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