Page 5 - Teresina Shopping: relato sobre 15 anos de contribuicoes educativas
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Prefácio









                                            Por Elmira Simeão
                                            Piauiense, doutora em Ciência da Informação e professora da Universidade de Brasília




                                                                                                  Aprendendo no  Shopping Center

                                            A partir da proposta de um documento da UNESCO, a pesquisadora Célia Revilandia se
                                            lança na tarefa de relatar sua experiência como educadora em um espaço pouco utilizado
                                            para atividades que não sejam aquelas vinculadas ao comércio de bens e serviços: o Sho-
                                            pping Center.  E é disso que trata este livro: educar em um espaço usualmente concebido
                                            para o consumo, e o desafi o de estimular o público infantil, fora da lógica de uma praça
                                            de alimentação ou das lojas de departamentos.


                                            Como espaço de convivência cada vez mais eclético e parte integrante nos projetos de
                                            urbanização dos grandes centros, os shoppings se inserem como ambientes de consumo,                           5
                                            ampliando potencialmente nossos desejos e promovendo a comercialização de símbolos
                                            e ideias que retratam nossa contemporaneidade.


                                            Na contramão disso, já que fi cou démodé falar de capitalismo e consumismo selvagens,
                                            os shoppings das capitais, entre outros apelos publicitários, têm se adaptado a temáticas
                                            sensíveis, como o despertar para um consumo, pelo menos mais consciente, o desenvol-
                                            vimento sustentável, promovendo ações de formação para a cidadania e a valorização da
                                            cultura local da região em que se inserem. Esse aspecto é naturalmente percebido pela
                                            história de vida dos empresários do shopping em questão.


                                            Como educadora, Célia teve a ideia de transformar a experiência de mediadora aten-
                                            dendo as expectativas de empresários e o publico infantil, contribuindo com campanhas
                                            publicitárias que estimulassem uma refl exão sobre questões educacionais. A cidade ar-
                                            tifi cial simulada pelo shopping, que nos leva à distração e ao consumo, pode ser trans-
                                            formada também em um espaço educativo que promove o debate sobre questões sérias,
                                            incluindo o próprio consumo.


                                            O apelo personalista das campanhas convencionais nos shoppings normalmente apre-
                                            senta o espaço enquanto área comercial, o que não é motivo para desconsiderar o enor-
                                            me potencial das ações de educação como abordado neste livro. E a proposta aconteceu,
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