Page 15 - Teresina Shopping: relato sobre 15 anos de contribuicoes educativas
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teressadas, onde recebiam o “Jornal do Clube da Criança” e estava impresso a Declaração
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Universal dos Direitos da Criança .
O shopping adaptou a ideia do Clube da Criança, em virtude da impossibilidade de
continuação nos moldes previstos, e criou a Cidade da Criança. A proposta manteve
o cadastramento como estratégia de fi delização e produziu um cenário permanente de
casas, prédios, árvores e jardins, confeccionado em espuma e madeira, para ser utilizado
como delimitador de área na Praça de Eventos durante atividades destinadas ao público
infantil.
Dentre as atividades da Cidade da Criança foram realizados vários outros projetos de
brincadeiras dirigidas, como o “Brincando no Shopping” (2006), evento que teve a par-
ticipação especial do boneco institucional “Sucessinho”, que atuou na animação e distri-
buição de revistinhas com normas de segurança. Houve também, na mesma ocasião, a
apresentação do show das “Meninas Superpoderosas”, desfi les de moda infantil e a Copa
de Karatê Kid (evento que passou a integrar a programação da Semana da Criança).
Estas e outras iniciativas que serão relatadas nos capítulos seguintes ilustram as possibi-
lidades de superação da lógica do consumo supérfl uo atribuído a espaços de compras,
como os shoppings, e adoção de práticas de consumo de conhecimento e informações 15
culturalmente essenciais.
Nesse sentido o espaço shoppping apresenta-se não apenas como o espaço demonizado
do consumo, mas como um espaço social cujas rotinas humanas o transformam em um
microcosmo cultural e inter-relacional produtor e reprodutor de sentidos educacionais.
O espaço shopping, constituído como um espaço educação, admite uma concepção com-
plexa, ampla e polissêmica do termo “educação” conforme preconiza o Dicionário Au-
rélio Básico da Língua Portuguesa. A educação, vista num sentido mais amplo, é o “[...]
processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do
ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social” (1988, p.234).
Esse processo atesta para o fato de que “educação” admite muitos modelos e locus além
do espaço-escola, e pressupõe outros atores e agentes mobilizadores além da fi gura do
professor. O shopping, por ser um espaço de interações sociais que incorpora uma par-
cela da diversidade humana em suas rotinas, trocas simbólicas e funcionalidade, é tam-
bém um produtor e reprodutor de cultura; um espaço passível de processos de iniciação
cultural que capacite o educando a compreender sua identidade cultural e a se reconhe-
cer, de forma consciente, em seus valores próprios, em sua memória pessoal e coletiva
(FREIRE,2003).
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2 No verso da carteirinha do clube, que as crianças recebiam na hora, estava impresso um dos princípios
dessa declaração.