Page 28 - Teresina Shopping: relato sobre 15 anos de contribuicoes educativas
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do estado e do país foram explorados de forma a fortalecer sentimentos de identidade
e cidadania capacitando os cidadãos para o usufruto de sua herança cultural (HORTA,
1999).
A prática de Educação Patrimonial nas três exposições foi possível porque reuniu um
conjunto informacional relativo a uma herança cultural traduzida em nosso legado his-
tórico, considerando que o Patrimônio Cultural Brasileiro não se restringe apenas aos
monumentos, objetos, centros históricos, mas pressupõe a existência de um patrimônio
vivo, da diversidade das formas de expressão cultural, como artesanatos, maneiras de
pescar, plantar, caçar, cultivar e colher, de utilizar plantas como alimentos e remédios, de
construir moradias, a culinária, as danças e músicas, os modos de vestir, falar, os rituais e
festas religiosas e populares. As relações sociais e familiares, revelam como os múltiplos
aspectos podem assumir a cultura viva e presente de uma comunidade (HORTA, GRU-
BERG e MONTEIRO, 1999, p. 6).
As ideias de Patrimônio expressas nessas exposições incluíram também a referência à
construção identitária gerada pelas modifi cações feitas por grupos sociais na melhoria
de suas condições de vida. O artigo 226 da Constituição Federal de 1988 defi ne como
patrimônio cultural brasileiro
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[...] os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos dife-
rentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais incluem as formas
de expressão; os modos de criar, fazer, e viver; as criações científi cas, artísticas
e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edifi cações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico paleontológico, ecológico e cien-
tífi co.
Além disso, a incursão dos alunos no contexto de “Educação Patrimonial” colabora na
percepção dos conteúdos ensinados em sala de aula como elementos constituintes e in-
fl uentes de suas vidas e contribui signifi cativamente para superação de crises identitárias
geradas pela massifi cação da cultura, na compreensão da realidade como pressuposto in-
dispensável ao estudo de questões e espaços mais distantes (CALLAI, 2000). Apesar disso,
“[...] possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compre-
ensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido.
(HORTA, 1999, p, 18) que possibilita analisar a trajetória de um povo, suas relações so-
ciais e políticas através da análise do sentido simbólico desses lugares, dos modos de vida
no espaço comunitário, suas expressões culturais, suas relações de existência”.